Infância
Findo já o tempo
Em que o doce em cone,
Feito a confeito, desfazia-se em seda
Na minha gula infantil.
Meus sonhos, açucarados, desmanchavam-se confiantes
Na boa-nova dos ventos
Um coral de trovadores dos outeiros da matriz
Bandeirolas trêmulas
agitavam-se por entre as cordas tesas da noite...
Árvores de um rosado algodão
Exerciam felizes rotas de nomandismo
Espalhando, em frutos, a maciez e o mel.
O carrossel redundante
Submetia seus infatigáveis alazões ao gosto da meninada...
Uma esquadra de valentes canoas
Singrava os mares com vibrante ilusão...
E eu acreditava na promessa dos sinos...
E eu acreditava na harmonia dos sons...
E mais que tudo,
Na suavidade da brisa...
Que desfazia meus cabelos
Que assombrava os meus medos
Que me enchia cada recanto
Com a novidade de uma eterna festa.
Patrícia Germano
( 27.01.2014)
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